Não existem muitos filmes por aí com um início tão sublime. E possivelmente, o Adagietto de Mahler seja a música mais linda do mundo. São estes "detalhes" que fazem de Morte em Veneza um filme tão arrebatador. Um querido professor meu - Pedro Camargo - disse, certa vez, que durante as filmagens de um filme seu foi ver o filme de Visconti no cinema. Voltou para casa querendo desistir de tudo, absolutamente humilhado por aquela obra-prima máxima. Convenhamos, a combinacão Thomas Mann, Mahler e Visconti não poderia dar errado.
Eu vejo Morte em Veneza e só consigo pensar na tal da imagem-tempo de Deleuze. O que Visconti nos oferece são imagens muito além dos clichés. O que temos hoje no cinema em geral? Imagens absolutamente desprovidas de qualquer noética, desvirtualizadas - se fugirmos da definiçao lugar-comum do conceito de virtual e o entendermos como uma potência, como propunha Deleuze.
É claro que existem bons filmes sendo feitos, mas eu sou uma nostálgica irremediável. Acredito que as grandes obras-primas já foram realizadas. E o passado tem essa estranha mania de me parecer sempre mais atraente.
1 comment:
então somos dois nostálgicos
bjs linda
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